São colocados ou distribuídos em locais de grande afluência de pessoas.
Nestes materiais consta apenas o nome do candidato, o slogan ou a sigla do partido. Não têm muitas mensagens.
Em geral, são produzidos em função do eleitorado que se pretende atingir e dos locais onde vão ser colocados ou usados.
Com o “enriquecimento” dos partidos – ou, por outras palavras, com o marketing eleitoral – começaram a surgir um sem número de materiais de campanha.
Por mera curiosidade veja-se a variedade de materiais fornecidos pela empresa “Brasmarket” de marketing político no Brasil: Para comícios: camisolas; palanques móveis; balões aluminizados; autocolantes; bandeiras; bandeirolas; estandartes; santinhos; calendários de bolso; brindes; bonecos gigantes; balões luminosos; fitas de cabeça; viseiras; bonés. Praia/litoral: guarda-sóis; barracas de praia; papagaios; viseiras; minitravesseiros plásticos; copos descartáveis; porta-guardanapos, toalhas e esteiras. Automóveis: autocolantes; deflectores solares; símbolos adesivos reflectivos; faixas pára- choque; faixas adesivas – quebra sol. Convenções/Hotéis: faixas; impressos personalizados; guia turístico da cidade; selos auto-adesivos; caixas de fósforos e porta-agulhas. Brindes com várias possibilidades de uso: calendários em vacuum-forming; folhas de parede; calendários de bolso; jogos de dominó; jogos de damas; sacos; chaveiros; bolas; troféus, quebra-cabeças, etc.
No entanto, a abundância de materiais traduz-se por vezes em sinais de riqueza que podem ultrapassar o limite do razoável e provocar efeitos negativos. Nas legislativas de 1999, Paulo Portas não se cansou de criticar a campanha do PS de querer convencer os eleitores com dominós, como se tratasse de uma campanha comercial.
Nas primeiras eleições, depois de 1974, os materiais de campanha ficavam-se pelos cartazes, panfletos e autocolantes.
Ao longo do tempo começaram a surgir os calendários, bandeiras, pendões, sacos de plástico, aventais, bolas, laranjas de plástico, pins, dominós, cartas, canetas, borrachas, isqueiros, chapéus-de-chuva….
Há um número infindável de materiais que são utilizados. Até onde chega a imaginação.
Serve de exemplo este documento, tipo cédula pessoal, que permitiu divulgar a biografia do candidato Marcelo Rebelo de Sousa à Câmara de Lisboa em 1990.
Muitos destes materiais são produzidos em larga escala. Só para dar um exemplo: no referendo da regionalização, em 1998, o PSD encomendou 200 mil pendões, 500 mil manifestos eleitorais, cinco mil livros….
Em algumas circunstâncias, conforme passam as caravanas eleitorais fica um rasto de lixo.
Noutros casos, o recurso a pendões fazia com que um viaduto, uma ponte, candeeiros… estivessem repletos de plásticos de vários partidos, o que inviabilizava o sucesso da transmissão de qualquer mensagem..
Provavelmente só ficava uma: aproximava-se um acto eleitoral. A agravante é que muitos destes materiais não eram retirados, ficavam degradados e davam uma péssima imagem às ruas de muitas localidades, o que levou os municípios a ter de resolver o problema. Repare-se no caso de Lisboa, segundo um telex da Lusa de 11 Outubro de 1999: “A Câmara Municipal de Lisboa garantiu hoje que a cidade será limpa da campanha eleitoral no prazo de uma semana.
José Carlos Mendes, assessor do vereador Rui Godinho, disse no entanto à Agência Lusa que os partidos que pintaram os vidrões com tintas altamente químicas e que são dificilmente elimináveis já foram notificados pela autarquia para proceder à limpeza dos mesmos.
«Trata-se de casos especiais com danificação dos equipamentos públicos e isso a câmara não vai perdoar. Muitos destes vidrões ficaram inutilizados e até estarem operacionais ou serem substituídos vai acarretar bastantes prejuízos», salientou José Carlos Mendes.
Bandeirolas, cartazes e tarjetas com as mais diversas promessas vão ser retiradas pelos trabalhadores do município no prazo de uma semana.
No caso dos «outdoors» (grandes cartazes em espaços publicitários), são normalmente retirados pelos respectivos partidos por se tratar de material eventualmente reutilizável.
O assessor de Rui Godinho lembrou ainda que a lei prevê que sejam os partidos a limpar o seu material de campanha, o que normalmente não acontece.”
No caso dos pendões, por não serem bio degradáveis, a situação era ainda pior. Este foi um dos motivos porque, aparentemente, foi fácil o consenso para se proibir o recurso a este tipo de materiais.
Um outro avanço conseguido, sem necessidade de recurso a legislação, foi o fim das pinturas nas paredes. Quando se aproximava uma campanha eleitoral ou contestação social, muitas eram as paredes que serviam de suporte a uma frase ou um símbolo.