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Comunicação Política

Comunicação Política

18
Fev11

3.12 Censo telefónico

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Em Portugal não é utilizado.
O caso mais parecido foi um sistema com uma gravação que, através de várias chamadas telefónicas, difundia a mesma mensagem numa cidade do interior do país. Este processo foi ainda utilizado pelo PS em  1995.

O censo telefónico é usado nos Estados Unidos e na Inglaterra no decorrer das campanhas eleitorais. Basicamente consiste numa estrutura que estabelece contactos por telefone com o eleitorado.
O primeiro passo é avaliar a decisão do eleitor perante o voto.

Consoante a resposta é articulado um discurso.
O caso mais simples: o eleitor contactado sempre votou na organização partidária que está a realizar o censo e revela que já tomou a decisão de manter o voto nas próximas eleições. Neste caso, o discurso vai para o encorajamento em participar em acções políticas, em convencer os amigos e, se possível, em tornar-se militante e em contribuir monetariamente para a organização. Depois de registado o número de telefone, é provável que este eleitor receba uma chamada na véspera do acto eleitoral, para não se esquecer de ir votar.
Se o eleitor sempre votou e vai continuar a votar na força política adversária, o assunto fica encerrado. Faz parte daqueles com quem não vale a pena gastar energias.
O esforço é dirigido apenas para os apoiantes, indecisos e alguns que não têm grande fidelidade partidária e podem ser convencidos, por exemplo, através do “voto útil”.

Na sede londrina do Labour, em 1997, havia uma folha, de cor diferente, para cada um destes casos. Consoante as respostas que se iam obtendo, o apoiante (voluntário) do Labour pegava numa dessas folhas e seguia o argumentário.

Este é um trabalho que exige continuidade. Em primeiro lugar é necessário um ficheiro das pessoas a contactar. Depois de efectuadas as chamadas telefónicas é feita uma selecção. Alguns são postos de lado, outros são registados para permitir novo contacto, outros registos são feitos para mobilizar os eleitores no dia das eleições.

Com este instrumento é possível, numa primeira fase, fazer um levantamento da opinião das pessoas. O passo seguinte é convencê-las. O último é levá-las a votar. Ainda há mais uma tarefa – a construção de um ficheiro para posteriores contactos em próximas eleições. É um sistema dispendioso mas considerado eficaz.

Um dos atributos é permitir o contacto directo, induzindo confiança. Outra virtude é divulgar o nome dos candidatos. Porque é impossível contactar todo o eleitorado, torna-se necessário fazer uma selecção.


Em 1977 o Labour apostou nos designados “lugares-chave” - em Inglaterra são designados «key seats». Nos 90 círculos seleccionados, após três semanas de trabalho consecutivo, conseguiram contactar 50 por cento do eleitorado!