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Comunicação Política

Comunicação Política

12
Mai13

2. A cobertura dos media

É essencial para qualquer organização política a cobertura dos media - como também, para alguma comunicação social, é vital uma boa cobertura da actividade política .
Esta necessidade mútua faz da Política o tema dominante da informação na grande maioria dos órgãos de comunicação social.

Saliente-se, neste aspecto, o resultado do estudo «Media Monitor» da Marktest relativa às televisões generalistas em 2002. Durante o ano «foram emitidas 19.450 notícias sobre Política ou com um protagonista político, perfazendo cerca de 738 horas de informação e correspondendo a 23.9% do total de notícias do ano». Comparando as várias áreas editoriais em estudo, «a Política foi a mais exposta em todos os canais» (RTP, TVI e SIC). A ter ainda em conta que «a Política, para além de ter sido o assunto mais exposto em todos os canais, foi também o mais visto em todos eles», o que significa que foi o tema com maior receptividade.

media monitor

Fonte: Media Monitor

A importância que as televisões generalistas, atribuem aos assuntos relativos à actividade política é de tal forma grande que mesmo «pequenos» partidos conseguem várias horas de emissão. Segundo o mesmo estudo da Marktest, o Governo em 2002 teve 4.805 notícias que totalizaram mais de 188 horas de emissão. O PS teve 1.682 notícias que permitiram mais de 72 horas de emissão. O PSD teve 1.245 notícias correspondendo a mais de 54 horas. O PCP teve 1.179 notícias o que deu mais de 45 horas. O CDS/PP teve 750 notícias, equivalentes a mais de 33 horas. O Bloco de Esquerda teve 667 notícias que permitiram mais de 28 horas de emissão.
Um outro dado relevante é que, das dez personalidades com maior exposição nos noticiários destas televisões, apenas uma – Mário Jardel – não pertencia à actividade política. Durão Barroso foi a personalidade com mais exposição.

media monitor

Fonte: Media Monitor

É tendo em conta estes valores e a importância que os media atribuem à política que, para muitos dirigentes políticos, a cobertura dos media é uma «obsessão» e para outros é um risco inevitável.

Desde que devidamente organizada e profissionalizada e com alguma capacidade de imaginação conseguir ser notícia não é tarefa impossível.

Para se conseguir a cobertura dos media, as organizações políticas e o governo contratam agências de comunicação e pessoas (habitualmente jornalistas) com bons contactos nos meios de comunicação social. Em algumas destas estruturas há ainda especialistas em “criar” ou aproveitar situações que despertam a atenção dos jornalistas e determinam o conteúdo informativo numa determinada perspectiva, preferencialmente, num momento que seja considerado oportuno.

Esta preocupação em conseguir uma boa cobertura dos media faz com que seja crescente o número de organizações que recrutam assessores de comunicação. Por outro lado, em alguns casos, há a formação de alguns quadros nesta área. Geralmente são auto-didactas mas alguns obtiveram formação especializada em Portugal e no estrangeiro. A troca de experiências e as deslocações frequentes a outros países, integrando-se na «máquina eleitoral» de um partido, são também contributos importantes que recolhem e, em alguns casos, adaptam mais tarde à nossa realidade.

Os próprios dirigentes partidários vão adquirindo muitos destes conhecimentos. De início por necessidade depois, por ansiedade de protagonismo. Pouco a pouco vão familiarizando-se com os jornalistas, com os seus métodos de trabalho, e chegam mesmo a estar muito bem informados sobre o ambiente e as pressões que se vivem dentro de uma Redacção.
Todos estes conhecimentos são ferramentas importantes para conseguirem o objectivo principal: «ter uma boa imprensa».

As organizações que têm contacto frequente com a imprensa preocupam-se em facultar instalações e meios técnicos que facilitam o trabalho dos jornalistas.
Os jornalistas enviam mais depressa o seu trabalho e, não menos importante, consegue-se criar o cenário mais adequado para o ‘boneco’ que aparece nas fotos e nas televisões. Ganha-se ainda eficácia se, por exemplo, o objectivo é garantir transmissões em directo. Por outro lado, os jornalistas ficam concentrado num espaço – não andam ‘à solta’ a falar com as pessoas que encontram nos corredores.

Conselho Ministros
O local onde habitualmente ocorrem as conferências de imprensa deve ter características especiais. Se possível, deve mesmo ser preparado exclusivamente para este fim. (imagens da Presidência do Conselho de Ministros).
Estes espaços têm um cenário com um fundo próprio para televisão, iluminação apropriada, isolamento acústico, ar condicionado (nomeadamente para evitar a transpiração de quem dá a conferência de imprensa) silencioso, cadeiras, uma mesa, fichas para electricidade…

Conselho Ministros
Para o material de recolha das imagens é também reservado um espaço.

A escolha é em função da melhor perspectiva de quem vai prestar declarações.

Outra preocupação é haver “saída de som” para as televisões, de modo a que não seja necessário colocar os microfones na tribuna.

O mesmo se passa em relação às rádios.

Os meios disponíveis permitem a captação de som da conferência de imprensa e ligações Conselho Ministrostelefónicas para as rádios, o que facilita as transmissões em directo.


Terminada a conferência de imprensa, os jornalistas precisam de uma sala para redigir e enviar os trabalhos.

É a ‘sala de imprensa’.

Neste espaço há ligações telefónicas, acesso à Internet, papel, uma televisão, além de um ambiente isolado e cómodo.Conselho Ministros

Todas estas instalações devem estar localizadas num lugar de fácil e rápido acesso e, se possível, com fácil estacionamento. Tudo para facilitar o trabalho e o “humor” dos jornalistas. É nas mãos deles que está o sucesso da iniciativa desencadeada pelo agente politico.

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